10 de out. de 2012

Reflexões #1

Estou volteado de pessoas repugnantes e sujas.
Um deles olha para mim.
Retorno o olhar.
Após um sorriso mútuo, ele se levanta. É claro, vejo o prazer em seus olhos.
A ameaça, olho para ele, quando finalmente percebe que eu não me importo. Imagino quanto prazer tenho dado a este homem.
Vejo-os discutindo seus conflitos. Não me importo. Saio do lugar.
Essas pessoas; se espremem e criam aglomerações para sair do inferno ao que lhes foi concebido. Não percebem.
À frente, homens simulam conflitos. Como crianças brincam de guerra, o desejo.
Mais a frente, um conflito real, homens que travam-se no trivial, precisam ter seu ego.
Mais a frente, pessoas fazem aglomerações para verem do que se trata, precisam de algo que faça diferença, mas são fracas demais para conseguir. Não lhes resta alternativa, a não ser tornar-se o ouvinte.
Mais a frente, homens conversam sobre fornicações e consciências pesadas.
Mais a frente, uma mulher tenta disfarçar seus sentimentos de amor oculto. Ela já sofreu antes por amor, mas por ser incapaz de viver sem ele, o reprime. Ele era seu namorado.
É uma bela noite.
Noite.
Onde toda a luz se vai, e já não mais existe raça ou etnia, pois todas as ações estão em oculto. À noite.
Noite, é onde tudo é nada.
Nada.
Por fora, sou um homem neste mundo. Mas por dentro, sou indiferente de todos os outros. Estou no vazio. Um homem no vazio.
O que é o vazio?
“Até onde podemos discernir, o único propósito da existência humana é lançar uma luz nas trevas do mero ser.” – C.G. Joung, Memórias, Sonhos, e Reflexões.
Vejo estas pessoas, pessoas tão úteis e valorosas como sacos. É o que somos.
Um dia, perceber-irá que o homem não passa de um saco cheio de sangue, coberto por pele e ossos.
Um dia, perceber-irá que não passamos de saco, que basta furar, para que transborde tudo que o revolve.
Chego em meu lar. O silêncio irrompe a aurora.
Entro em minha casa, latidos de cachorro e conflitos irreais, um mundo irreal. Digo oi. Pego um copo. E um murmúrio irrompe meus ouvidos, uma reclamação.
Encho o copo,  uma reclamação sem fundamentos, eu explico. Isto está matando-a.
Dirijo-me ao repouso. Estou cansado deste mundo, destas pessoas. Estou cansado de me envolver nas suas vidas sujas e imundas.
É apenas um sonho. Sonhando enquanto se está acordado.
Ainda estou a escrever.

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