12 de set. de 2016

Era uma noite de um sábado de agosto. Eu estava na igreja que frequentava, como sempre, e com um relance no olho, vi ela pela primeira vez. Regata branca. Saia rosa e longa. Os cabelos, grandes na época, escorriam pelos ombros maravilhosamente. E a primeira vez que vi ela, senti um milhão de coisas ao mesmo tempo. Alegria, paixão, amor, prazer, e até um pouco de dor e desespero, mas principalmente, alegria e amor. Senti tudo isso em um segundo, e naquele instante pensei comigo mesmo: "É ela. Um dia eu vou casar com essa garota".
Mas fui covarde, e não chamei ela pra conversar. A semana passou, e tudo que eu pedia pra Deus é que ela voltasse ali no próximo final de semana. E ela voltou. Meu coração disparava de alegria toda vez que eu via ela. De alguma forma, eu sempre sabia quando ela estava ali, só de me aproximar da porta do lugar. Mesmo sem ver ela, eu sentia se ela estava ali ou não.
Mas logo descobri que ela não poderia sentir nada por mim. Eu fiquei triste, mas aceitei a situação. Mesmo esperando a semana toda só pra ver ela, de alguma forma isso valia a pena.
Nunca vou esquecer a primeira vez que falou comigo. Era uma tarde ensolarada de outubro, estávamos num salão de jogos de um sítio, num passeio da mesma igreja. Eu estava sentado num sofá, um caderno de anotações e uma caneta na mão. Ela, perto de mim, jogando bilhar. Os raios de sol entravam pela janela e refletiam o cabelo dourado dela. Os olhos verdes pareciam feitos de rios de cristais, e a pele branca como a Lua. Eu escrevia um poema sobre como ela era linda. De repente, pra minha surpresa, ela chega perto de mim e fala um inocente "Oi!". Eu, sem jeito, escondo o caderno e respondo, "Oi". Ela perguntou sobre mim, há quanto tempo estava na igreja. Conversamos cinco minutos, mas aqueles cinco minutos foram eternos pra mim.
Comecei a tocar violino, e pra minha surpresa ela também tocava. Acabamos entrando ao mesmo tempo na orquestra da igreja. Nos víamos todo final de semana e tocávamos juntos. Com o tempo, começamos a conversar mais e mais, e nos tornamos cada vez mais amigos.
Passaram quase 7 meses de amizade. Cada vez nos falávamos mais, e quando menos percebemos, nos falávamos todo dia, toda hora. Contávamos o que estávamos fazendo, e os lugares que íamos. Contávamos quando algo nos deixava feliz, ou tristes. Acabamos nos tornando melhores amigos.
Dezenove de julho de 2014. Estava dizendo boa noite, já na cama pronto para dormir. Foi aí que ela me disse. Disse que gostava de mim, que pensava em mim sempre, e que queria estar comigo. Eu, bobo de alegria, contei como sempre estivera apaixonado por ela. Foi uma das melhores noites da minha vida.
Começamos a nos encontrar. Nos víamos depois da escola, ou antes da igreja. Conversávamos sobre tudo. Duas semanas depois, quando levei ela pra casa depois de um passeio, naquela esquina torta e depois de uma risada, beijei ela pela primeira vez.
E de lá pra cá, passamos por muita coisa. Tivemos momentos bons, alegres, prazerosos, e outros difíceis e terríveis. Houve muita alegria, e muita dor. Eu digo que as coisas boas não compensam as ruins, e nem o contrário. Cada uma tem sua parte, e devemos viver cada uma de cada vez. Depois de tudo que vivi com ela, posso dizer que valeu a pena. Nunca me arrependi de ter respondido suavemente aquele "Oi" de um raio de sol de outubro. Já faz quase três anos, e nesse tempo nós crescemos juntos, aprendemos juntos. Caímos e nos levantamos juntos. Hoje, ela é minha melhor amiga, minha namorada, minha companheira, meu consolo, meu abraço, meu amor. E daqui, para onde ela está agora e para onde vai estar, eu a envio amor.

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