24 de jul. de 2013

Song for a lonely wolf

And who is this wolf,
Who don't howls,
Who don't sniffs,
Who don't hunt
And don't bites

Who are you, young wolf,
Who so easily shut up?
'Cause how can a wolf
Live in the shyness?

21 de jul. de 2013

Caros amigos,

Eu não conheço metade de vocês como gostaria, e gosto de menos da metade de vocês a metade do que vocês merecem.
     Grato,
           Feliz dia do amigo!

The old and new brown

   And here I am, looking at your bones. Not white bones, neither rotten bones, no. Your bones, are new and old bones, not white, but brown, cut and beautiful bones.
   And looking at it, I think what you have been before. All your beauty, all your splendor, all your glory, dead. All dead. And all this just for use your bones, like adornment.
   Because now... Now I look for you, and I see nothing. No more green, no more red, no more yellow, just the old and ancient brown.
   They killed you, they hurt you, they cut you, and now rest just brown, for more one collection.

A Batalha Individual

   Meus olhos enfim se desencerram depois de um sono profundo, um desfalecimento físico.

   Primeiro, ponho-me a pensar; a reconnhecer a minha existência como ser. Aos poucos, vem-me as memórias, me recordo quem sou.
   Depois, o reconhecimento físico: agora já distinguo quem sou e onde estou. Finalmente ponho-me a refletir.

   "É manhã", penso eu. Logo, terei de estar numa fábrica, vestido adequadamente, pondo-me a trabalhar.

   Será?

   Ponho-me a refletir sobre o mundo que me cerca. Porque deveria me importar? Que diferença iria fazer? Deveria eu levantar?

   Mas o questionamento logo se esvai, já não havendo escolha. Deve ser feito.

   Agora, não mais hesitando, corpo e alma mais forte ficam, e a cada músculo mexido, me sinto mais forte. Enfim, fui superado.

   Embora batalha vencida esteja, ponho-me novamente a pensar. Deveria seguir adiante? Deveria confiar alma e espírito meu à mera sorte? Pois ora, quem diria que o sonho é prevalecedor, afinal.

   Mas logo a loucura novamente de mim toma conta, e todas as respostas, as quais uma vez eu chegara tão perto, agora porém pareciam mero sonho, perdidas subitamente no encantamento esquecido.

   Logo já não há razão, e ponho-me a levantar. Dou os primeiros passos. Pergunto-me por qual razão faço isso, um mistério que há muito empenho em resolver, embora razão tão misteriosa seja.

   Quanto tempo aqui passou, me parece improvável dizer. Pouco ou muito, tudo que posso saber é que o tempo passara, mas segundos ou séculos, que mínima criatura filha do Criador se atreveria a afirmar?

   A esse ponto, no entanto, o sonho já se desvanecia. Minha antiga vida agora parecia mera vida vivida em outro tempo, outra época, outro lugar. Uma vida vivida em outra vida.

   Pois é impossível para um homem viver neste mundo sem abraçar a ignorância, o fingimento e a falsidade. Pois todo homem deve fazer uma escolha, uma escolha que determina quem você é, e separa as pessoas entre as comuns e as especiais. Infelizmente, eu fizera a escolha errada.

   E que opção teria eu agora? Pois quando homem abraça a ignorância por tempo demais, logo a realidade se torna mera fantasia.

   E aqui termina meu lamento, o lamento de alguém que indubitavelmente espera pela morte, e nada mais.

10 de jul. de 2013

A good man goes to war, by Steven Moffat

Demons run when a good man goes do war
Night will fall and drown the Sun
When a good man goes to war

Friendship dies and true love lies
Night will fall and the dark will rise
When a good man goes to war

Demons run, but count the cost
The battle is won, but the child is lost
When a good man goes to war

A Ilusão

   E ele acorda em sua cama, no meio da madrugada, e de súbito seus pensamentos levam ao nada. "Está escuro", pensa ele, "assim como eu estou". Nada vê, nada pensa, nada faz. Seu maior feito ali era ser engolido pela escuridão, se tornando parte dela, e formando parte de algo maior, o único maior em que poderia fazer parte.

   Logo se levanta na escuridão, acende uma luz e vê o que há em volta: bagunças espalhadas, lixos, aparelhos eletrônicos, roupas, livros, e tudo aquilo que lhe dava algum prazer. Qualquer um que entrasse ali acharia o local o próprio inferno, manifestação voluntária do caos que há no não-prazer. Mas não pare ele. Para ele aquele lugar representava seu paraíso, seu único refúgio em terra, o único lugar que era compreendido. Ali, na escuridão, naquele lugar, seus olhos refletiam sua própria alma: Bagunçada, imunda e com pequenas pitadas do prazer emocional.

   Assim como homem mortal que é ele se dirige a outro lugar, onde encontra apetrechos que pode carregar dentro de seu ser, e que lhe dariam vida. Dentro daquela imensa caixa branca, talvez a única parte limpa do lugar, ele podia encontrar outra pitada de prazer.

   Como ser que já não tem esperanças por viver, onde sua única e mera razão por existir é esperar à morte, ele se senta em volta daquela grande caixa preta com vidro, acende suas luzes, e logo ele mergulha em um outro mundo que já não é o nosso, um mundo onde tudo é novo e inesperado, onde podes tudo e não pode nada: Ali, dentro daquela caixa, ele encontraria o que procura, afogando-se em sua falsa ilusão de realidade, suas fantasias ali seriam cumpridas, e novamente, dentro daquele lugar imundo, ele encontraria um prazer que nunca imaginara.

   Minutos, horas, dias, talvez anos se passaram, ele já não poderia dizer. Aquela caixa preta sugara sua mente, sua alma, fazendo-o esquecer de si mesmo, apenas importando-se com o que havia dentro da caixa. "Se este é o único prazer que posso ter", pensou, "é aqui que quero viver. Sempre"

   Mas ali dentro, nunca poderia encontrar a felicidade verdadeira. Apenas uma ilusão lhe fora apresentada, uma ilusão de felicidade e prazer, de conquista e de vitória. Pelos poucos segundos em que pode voltar à realidade, percebeu o quão fútil sua vida era. Desprezível, na verdade. Mas como pobre ser mortal que era, não imaginaria o poder que lhe haviam concebido: O prazer da felicidade real, aquela que não conhecia.

   Porém era homem condenado: Tal felicidade nunca poderia encontrar. Pois quando se percebe que a verdadeira felicidade está longe, é preferível afogar-se em sua própria felicidade, é preferível uma pequena e estranha alegria do que percorrer um árduo e doloroso caminho de paz, caminho que leva à felicidade plena e eterna.

6 de jul. de 2013

A Morte da Casa

Havia uma casa, uma casa havia
Toda pálida, com janelas azuis
Seu telhado era dourado e brilhava ao Sol
E sua porta, vermelha como o fogo
Uma família vivia naquela casa.
Família bonita, feliz e alegre
Querida por todos, por todos querida
E ali, nenhum mal havia.
Anos se passaram, passaram-se anos
A casa ruiu e afundou
Rachaduras nas paredes, barulhos nas portas
Apagaram-se as luzes, morreram as hortas
E tal família, que tal casa muito amava
Tão relutante, tão tristemente
Finalmente abandonou a casa
Mas tal casa não se esqueceu
Memórias vinham, memórias iam
Memórias de uma casa perdida
E, mesmo com a tristeza no coração
Tal família ainda amava tal casa
E a visitava, uma vez por ano
O dia da morte da casa
Lhe trazia flores, presentes e adornos
Presentes e flores à casa esquecida
Esquecida por todos, mas não por alguns
A quem traziam flores à casa
Como era de costume, família foi
Deixar flores, presentes e adornos
A tal casa já perdida
Mas tal casa já estava sumida
Onde estava casa, ninguém sabia
Finalmente, era casa esquecida

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