13 de set. de 2013

Ser Humano

    As pessoas querem tanto ser diferenciadas umas das outras, para não cair na mesmice de sempre. Um apelo à sua liberdade como indivíduo. Mas, esquecendo dos traços aparentes, nós não somos todos praticamente iguais?

   Digo, a evolução - inegavelmente uma verdade - funciona para todos. Todos nós gostamos de música, todos temos afinidades com árvores. Todos gostamos do prazer social, gostamos de amar e ser amados, embora alguns tentem não demonstrar isso. Fomos caçadores um dia, e hoje gostamos de ver outros caçando - geralmente na forma de esportes ou em filmes, gostamos de perseguições (reais ou intelectuais). Somos todos um bando de 7 bilhões de macacos ambulantes que pensam e falam e compram e correm e fazem.

   Porquê tentamos nos tornar diferentes disso?

   Ao mesmo tempo, todos somos espantosamente diferentes. Cento e seis bilhões de pessoas que já existiram, e nenhuma delas é completamente igual. Todos temos uma diferença única em nosso DNA. E isso não chega à metade do que podemos conceber. A cada ejaculação, milhões de espermas movem-se com suas caudas exuberantes em rumo a um só objetivo. Cada uma dessas criaturas microscópicas, projetos do humano que um dia virá, tem uma formação única, que mesmo que tentássemos por toda a eternidade vindoura, nunca poderíamos repeti-la. Aquela microscópica coisa, que carrega a chave única, para um único ser humano.

   Somos iguais em muitos aspectos, e diferentes em tantos outros. Somos maldosos, bondosos, ricos e pobres. Somos pensadores, somos procrastinadores, agimos e deixamos de agir. Nós, neste minúsculo ponto azul, aos olhos de milhares e milhares de olhos fumegantes a encarar-nos, nesta bola gigantesca, aqui estamos nós. Nós falamos, comemos, corremos, compramos, pensamos, raciocinamos, assistimos, ouvimos, vemos, nós tocamos, sentimos. Nós podemos sentir, e podemos ver o que está perto de nós. Nós, a inóspita raça humana, que por milhões e milhões de anos avançou - nós, os mais inúteis, que não voamos, não enxergamos, ouvimos, ou tocamos bem. Não somos mais fortes ou maiores, não somos mais velozes ou mais ferozes. Nós, aquela pequena raça que ninguém incomoda, mas que em meio a milhares de espécies, tinha uma característica única: Nós somos fracos. E foi por sermos fracos que progredimos. Avançamos. Nós construímos e nós amamos. Avançando a cada passo, rumo à maior espécie que já se viu. E hoje estamos aqui, a subjugar todos aqueles que antes nos subjugaram.

   Então eu peço, valorizem suas pequenas vidas. Nós somos muitos, e somos fortes. Há 7 bilhões no mundo, e nenhum deles é igual, nenhum deles é semelhante - por que então a vida deveria ser? Tenha uma boa vida, uma vida única. Tenha uma vida fantástica. Isso é o que realmente vale a pena. Isso é ser humano.

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