21 de mai. de 2012

O mundo é um Matrix



Morfeu: Vou te dizer por que está aqui. Você sabe de algo. Não consegue explicar o quê. Mas você sente. Você sentiu a vida inteira: Há algo errado com o mundo. Você não sabe o que, mas há. Como um zunido na sua cabeça te enlouquecendo. Foi esse sentimento que te trouxe até mim. Você sabe do que estou falando.

Neo: O que é a Matrix?

Morfeu: Você deseja saber o que é a Matrix? A Matrix está em todo lugar. A nossa volta. Você pode vê-la quando olha pela janela, ou quando liga sua televisão. Você a sente quando vai para o trabalho, quando vai a igreja, ou quando paga os seus impostos. É o mundo que foi posto diante dos seus olhos para que você não enxergue a verdade.

Neo: Que verdade?

Morfeu: Que você é um escravo, Neo. Como todo mundo, você nasceu em cativeiro. Nasceu em uma prisão que não pode ver, cheirar ou tocar. Uma prisão para a sua mente. Infelizmente, é impossível lhe dizer o que é a Matrix. Você tem que ver por si mesmo.

Honestamente, quem de nós nunca se sentiu como o Neo? Aliás, quem de nós não se sente assim agora?


Passamos a grande parte do nosso tempo pensando em como vamos pagar contas, agradar pessoas de quem, em geral, não gostamos, e como vamos poder comprar uma série de coisas das quais não precisamos. Se isso não é uma prisão invisível para a nossa mente, o que seria então?


Através do advento da tecnologia, vivemos cada vez mais “conectados” na rede, ou no ciber espaço, mas cada vez menos engajados no mundo real, tal como os humanos “em cativeiro” da Trilogia Matrix.


Ano passado, tivemos duas novas guerras (Paquistão e Líbia), e a queda de governos .Adicionalmente a essas mudanças de regime, temos acompanhado uma série de sérios distúrbios civis.


Naturalmente, quando as pessoas sentem que as suas perspectivas, e as de suas futuras gerações, são marcadas por ausência de oportunidades, maior intervenção e burocracia governamental, menos segurança, além de comida, moradia e energia mais caros, elas tendem a expressar suas frustrações nas ruas.


Não sou ingênuo a ponto de achar que é a primeira vez que temos quedas de governo ou disturbios civis em nosso mundo. Esses são eventos que acontecem desde o início da história. A diferença da atual conjuntura para o passado é a frequência, intensidade e quantidade dos mesmos em um curto intervalo de tempo.


Mais que isso, tais eventos não aconteciam anteriormente em um planeta com 7 bilhões de pessoas e com recursos (principalmente os energéticos) cada vez mais escassos.


Não que estejamos prestando atenção a essa conjuntura. Estamos ocupados demais com as nossas bugingangas, hobbies idiotas e pseudo amizades.Devido a uma cultura imediatista e materialista, e uma mentalidade de rebanho, temos interesses cada vez mais triviais, como ter um carro que chame atenção, comprar uma ropa de griffe, ou frequentar um bar, boite ou restaurante“da moda”.


Os oligarcas que são os verdadeiros donos das corporações que elegem os nossos representantes, produzem tudo o que consumimos, e ditam o nosso comportamento (através da propaganda e do sistema educacional), riem da nossa cara, porque sabem que podem tirar cada vez mais de nossas liberdades, recursos e tempo, desde que nos mantenham ocupados com as atividades citadas acima.


Todo mundo precisa de diversão, e certamente há espaço para nossas frivolidades no dia a dia que vivemos.No entanto, isso não quer dizer que tenhamos que chegar ao ponto em que estamos agora. Eu tenho que acreditar que somos capazes de mais do que estamos fazendo agora. Essa mudanca é responsabilidade nossa. Só cabe a nós. E antes de tomarmos qualquer atitude, temos pelo menos que admitir que a nossa sociedade está doente, que há algo errado.


Vamos pelo menos tentar libertar as nossas mentes do Matrix.


P.S.: Texto não é de minha autoria.

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